Lançamento em DVD: Se Beber, Não Case
O recente Globo de Ouro de melhor filme (categoria comédia ou musical) para ''Se Beber, Não Case'', por mais que seja um prêmio secundário, dá aval para um certo tipo de comédia com fama de chula que ainda não havia penetrado nos salões do ''cinema de qualidade''. O sucesso de público não foi tão surpreendente, mas mesmo assim arrasador: tendo custado em torno de US$ 30 milhões, o filme arrecadou US$ 467 milhões nas bilheterias de todo o mundo, e nos Estados Unidos se tornou a comédia com censura R (proibida para menores de 17 anos) mais rentável de todos os tempos. Ao ser lançada em DVD no mercado americano, bateu o recorde do gênero, entre todas as classificações etárias.
Não há como não relacionar toda essa aceitação a um recuo do diretor Todd Phillips em relação a seus outros filmes -, todos eles, como este, sobre a amizade (e a cumplicidade) masculina. Em vez do escracho desvairado de ''Dias Incríveis'' ou ''Starsky e Hutch'', este ''Se Beber, Não Case'' é mais convencional e pacificador, e tem no elenco atores pouco conhecidos e mais discretos do que seus astros habituais (Ben Stiller, Will Ferrell, Seth Rogen. Steve Carell). Por outro lado, a história parte do mais batido assunto das comédias americanas dos últimos 30 anos. O próprio diretor reconheceu numa entrevista ao ''New York Times'': ''A pior coisa sobre o filme é ser sobre uma despedida de solteiro em Las Vegas. Mas pelo menos nunca se vê a despedida de solteiro.''
Realmente, esse é o primeiro fator que torna ''Se Beber, Não Case'' irresistível. Assim como os personagens, o espectador quer saber: que diabos aconteceu durante a noite?
Vamos à história. Na véspera de seu casamento, o jovem e certinho Doug (Justin Bartha) é levado por três amigos para uma noitada em Las Vegas, razoavelmente consentida pela família de quase todos os envolvidos. A exceção é a namorada chata, dominadora e moralista de Stu (Ed Helms), um dentista que queria ser médico. Os outros amigos são um professor casado e metido a conquistador, Phil (Bradley Cooper), e o irmão da noiva, Alan (Zach Galifianakis), meio idiota mas com talento intelectual para o jogo, o que obviamente faz toda a diferença em Las Vegas. Eles rumam para a cidade-cassino no Mercedes de estimação do pai da noiva.
Na manhã seguinte, os amigos acordam num quarto de hotel virado de ponta-cabeça, com uma galinha ciscando por cima da bagunça e um tigre trancado no banheiro. Alan tem uma pulseira de hospital no braço, e Stu perdeu um dente. O grupo não sabe onde está Doug, o noivo, que sumiu sem deixar traços. E dentro do cofre do quarto há um bebê. A procura por Doug consumirá o resto do filme, trazendo no caminho uma reconstituição parcial do pandemônio noturno, que inclui um contato nada amigável com Mike Tyson (fazendo o papel de si mesmo). Logo de início os personagens descobrem que, junto com muito álcool, tomaram por engano uma droga do tipo ''boa noite Cinderela'', daí o grau de loucura seguida de apagão.
O segundo grande trunfo de ''Se Beber, Não Case'' é que nenhuma oportunidade de piada é perdida. Phillips garante uma encenação sem erros, o tempo certo, o corte exato e, de quebra, ainda mantém algo do humor absurdo de seus filmes anteriores. E mais uma vez uma comédia celebra e lamenta a infantilidade do americano adulto do sexo masculino. Agora, no entanto, ela é vista com um sorriso compreensivo e uma atitude maternal, como a da adorável prostituta (Heather Graham) que sabe fazer festa e pôr para dormir.
A distribuidora anuncia que ''Se Beber, Não Case'' é o primeiro filme lançado simultaneamente em cinco formatos no Brasil: DVD, Blu-ray, download digital para compra e aluguel e pay-per-view.
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